MARRAKECH TRAVEL DIARY - II

Marraquexe, 30 de Outubro, 14h30

Almoço terminado hora de voltar ao passeio!
Decidimos passar o final de tarde pelos Souks e pela Praça Jemma El-Fna. Há tanta coisa para ver que digo-vos, ficava ali quantas mais horas fossem preciso!
Tanta cor, tanto cheiro, sabores, sons e cultura. Foram quase 3 horas de envolvimento e absorção incríveis.
Para além de toda aquela azafama e regateamento ainda fiz umas belas compras! Sim, eu era a rainha do regatear, o João dava-me o dinheiro e dizia "Vai lá". E eu lá ai, adorei, uma negociadora nata!
Avisaram-me sobre tanta coisa, que eu tinha que ter cuidado, que as pessoas isto, que a mala assim e assado... Não me senti uma única vez insegura! É só preciso ter estofo e conseguir ignorar porque mal eles vêm que estamos a olhar para x artigo parecem uns abutres em cima de ti. De resto, tudo tranquilo!
Depois de tanto caminhar tínhamos em mente terminar o dia a beber uns belos cocktails no La Mamounia. E assim foi, menos a parte do "uns belos cocktails". Os cocktails bebemos só que eram tudo menos belos. Se há coisa para que aquelas pessoas não nasceram foi para a arte do bar.
Malta, no hotel serviram-me um mojito com limão e 7Up. Mas está tudo bem?!
De resto, o La Mamounia é incrível... Que sítio majestoso! Com muita pena minha não pude fotografar onde queria. Das duas uma, ou és rico ou és um master nas redes sociais... E eu nem uma coisa nem outra. Então vejam lá que raio de blogger sou eu que visitei tanto sítio no mesmo dia e nem uma muda de roupa levei na mochila. Que falha! Todas as fotos vestida de igual. Desculpem, não sou esse tipo de pessoa. Quer dizer, ando o dia todo e já transpiro imaginem de mochila às costas com roupa. As viagens são para ser vividas!


Marraquexe, 31 de Outubro, 8h15

Bom dia! Acordámos bem cedinho pois tínhamos uma tour planeada! Devido à falta de tempo, infelizmente não conseguimos ir ao Deserto do Sahara. Assim sendo, só para não ficarmos na ignorância, optámos por visitar o Deserto Rochoso de Agafay e subir até uma aldeia berbere nas Montanhas do Atlas.
O nosso guia, Ismail, foi-nos buscar ao hotel, assim como a todas as outras pessoas. Andamos cerca de 1h de carro e avistámos os "nossos" camelos. Demos um passeio, bebemos um chá (malta, bebemos chá umas 20 vezes por dia. O chá é delicioso. Eu já gostava muito mas o de lá tem outro sabor) e regressámos à estrada.
Fomos fazendo várias paragens até ao destino final. Incluíndo, um almoço numa guest house na aldeia Berbere, que se chamava "Imlil". Foi a melhor refeição que tivemos. Tagine de frango e legumes. E aqui sim, sabia a comida de casa!
Este dia foi incrível, aprendemos tanto! Ficamos a perceber que somos uns privilegiados por tudo aquilo que temos de mão beijada ao contrário daquelas pessoas. Aquelas crianças ficavam felizes apenas com um aperto de mão. Andam km para ir para a escola e regressar. O hospital mais próximo ficava a umas 2h da aldeia. Para irem para casa com "compras" ou com alguma coisa que pese tem que ser um animal a carregar porque o caminho para além de longe é super íngreme.
Muitas destas pessoas vivem apenas da agricultura e até há uns 25 anos não havia nem água, nem luz, nem gás, nada! Felizmente, já têm isso tudo nas casas, bem como bens mais materias como TV ou Internet.
No final do passeio o nosso guia levou-nos a sua casa para bebermos chá e terminarmos este dia em grande! Sabem como é a casa dele? Toda feita em pedra! Não há cá paredes brancas nem nada. Pedra. Ou seja, um gelo puro lá dentro! O chão é coberto de tapetes e têm apenas uma mesa redonda onde servem o chá e jantam. Não há cadeiras. À entrada retiramos os sapatos e sentamo-nos no chão. Perguntámos como era no Inverno, pois, já nos tinha dito que nevava muito na aldeia. No Inverno é igual só que com mais algumas mantas. Por norma, todas as casas têm um espaço em baixo, tipo cave, onde albergam animais como ovelhas e mulas que ajudam a aquecer o andar de cima.
Fiquei muito grata e de coração cheio por ter vivido esta experiência.
Há que valorizar tudo o que temos porque há quem viva com muito menos e seja mais feliz com o pouco que tem.



Marraquexe, 31 de Outubro, 17h

No regresso a Marraquexe houve, ainda, tempo para uma visita à "fábrica" do óleo de argão. Para quem não sabe, o verdadeiro óleo de argão é originário de Marrocos.
É um produto com várias propriedades e com vários fins.
Claro que comprei montes de coisas! Para o cabelo, para a pele, para o stress, por ai fora...
Lá, vemos 3 senhoras a fazer o processo do óleo desde o início. Descascam a semente, partem a semente e colocam-na num género de uma mó de um moinho mas tudo manual. E ali estão o dia todo a rodar aquilo até desfazerem a semente e a transformarem em óleo.
O produto é super caro! Mas depois de ver o processo entendo... Há muita mão de obra envolvida!
Hora de regressar ao hotel, foi um dia em cheio!



Continua...

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